sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

BBB Qual a sua verdade?

Alguém ai esta afim de pensar junto comigo???


Alguém ai gosta do BBB?

Alguns colegas meus podem até criticar minha vontade de falar sobre este reality show... Mas eu assisto sim e me divirto, claro que muitas coisas me irritam, mas acho que assisto justamente por isso, para ser irritada! 

Sou amante declarada da TV, adoro novela, série e várias outras coisas ruins que passam na tv, mas o que é ruim pra mim pode não ser para o outro... Isso é muito relativo... E a indústria cultural está aí há muitos anos construindo seu império e decidindo o que vemos e o que deixamos de ver na TV e em outros meios midiáticos... Mas nessa discussão não cabe analisar outros programas oferecidos por essa indústria, vamos focar no BBB, ok? 

A pessoa que decide fazer parte do BBB tem de escolher sua estratégia de jogo, sim porque decidir ‘não jogar’ também é uma estratégia de jogo. O discurso mais defendido pelos participantes é: “não estou atuando, sou eu mesmo”.

Ok... Algumas perguntas ficam martelando...

Aqui fora as pessoas são elas mesmas ou elas atuam?

Se aqui fora as pessoas atuam, porque lá dentro elas não podem fazer o mesmo?

Há mesmo uma grande diferença entre as relações estabelecidas dentro da casa com as relações estabelecidas aqui fora?


Aqui fora as pessoas também não se juntam em ‘panelas’ de acordo com suas necessidades?
Qual a diferença entre o reality show e a vida que chamamos de real?

Bom... Não vou me prolongar porque quero poder refletir a partir da resposta de vocês.

São questões que se analisarmos mais profundamente vai nos proporcionar uma discussão bem longa e produtiva levando em conta vários aspectos históricos, filosóficos e econômicos.

Conto com a colaboração de vocês!!! Vamos lá...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Crítica a visão naturalista do Ballet Clássico.

No ballet clássico a dança propriamente dita só pode vir a ser através da técnica.
Luís XIV - "rei sol"

Para entender essa forma de ser do ballet é preciso recorrer a sua história. A primeira e fundamental tentativa de sistematização desse estilo aconteceu durante o reinado de Luís XIV, na França em 1661, a Académie Royale de La Danse, atual Ópera de Paris.

Sobre as características desse período, o século XVII: é neste momento que surge a filosofia moderna com Descartes, o homem está num período de negação dos conceitos medievais teocêntricos e se coloca no centro das questões, passando para um período antropocêntrico, chamado comumente de “Idade da Razão”. As concepções de mundo e de homem estão em profunda modificação.

Nesta época a visão de homem tem se tornado cada vez mais naturalista desde o surgimento da Renascença. O homem faz parte da natureza, é parte, matéria do todo, de um grande mecanismo orgânico. A metafísica é destruída pelo positivismo que procura suas respostas no mundo sensível que pode ser provado pela experiência. Surgem as ciências e com uma nova classe social também surge a moda (conceito de validade das coisas – tudo tem um prazo curto de validade).

Com isso conclui-se que numa negação desenfreada dos conceitos medievais tornou o homem materialista em excesso. Esse materialismo trouxe como conseqüência o distanciamento da preocupação com a essência do próprio homem e assim o distanciamento dos homens deles próprios.

Com o distanciamento do pensamento teocêntrico o homem se afasta de Deus, sendo ele próprio o seu “deus”. A igreja perde o seu total controle sobre as ações e o pensamento humano. Essa mudança de conceitos possibilita o surgimento de muitas formas de arte, dentre elas o ballet clássico. Arte que tem como instrumento o corpo, este que foi tão negado na Idade Média, onde jamais teria ascensão.

É possível fazer uma relação com esta forma de pensar da época (naturalista e positivista) e o ensino do ballet.

Começando pelo instrumento utilizado, o corpo. As formas que o corpo deve atingir. O aluno de ballet é apenas uma parte do todo. Os mestres (professores) não viam seus alunos como “pessoas”, eram apenas mais uma peça do seu quebra-cabeça. Uma peça que deveria ser adestrada para compor bem um quadro em movimento. O termo ‘adestrado’ nos remete a uma idéia de corpo sem razão que vem em contradição com a idéia de um homem racional, porém talvez seja essa a intenção desse tipo de ensino, a de anular o pensamento e condicionar as ações. Isso é evidente no “corpo de baile”, organismo formado por muitos bailarinos, que dançam juntos e impreterivelmente iguais.

Ballet Giselle


Em uma sala de ballet tradicional o silêncio é ensurdecedor, a única coisa que se ouve é a música e os gritos do professor. A música talvez seja o único elemento que dá alguma possibilidade de transformar aquela ‘ginástica’ em arte, já que os movimentos devem ser a materialização visual da música (mas este conceito só vai aparecer muito depois do surgimento da primeira escola de ballet).

Esta técnica surgida no período onde predominava a perspectiva naturalista não leva em conta os sentimentos dos executantes, e sim a exatidão da sua execução, quase que mecânica. Fica a pergunta: como isso se tornou arte? Que afetos e sensações um corpo desprovido de espírito poderia causar? O aprendizado do ballet é tão intenso que o bailarino abdica de sua vida particular e se dedica inteiramente a perfeição da execução dos movimentos.

Pensando no público alvo desses ballets do século XVII: eles não iam ao teatro pela arte, para terem sensações e afetos. O que os motivava a contemplar esse tipo de espetáculo é o status que esses eventos sociais e políticos proporcionavam. O ballet em quase toda sua história foi uma arte elitista, aristocrata.

Prosseguindo no tempo, temos a escola Russa. A escola Russa surge com o nascimento de uma nova classe social na França, a burguesia e a sua Revolução Francesa. Após a Revolução o ballet se tornou símbolo da monarquia, da aristocracia, e foi rejeitado pela nova classe em ascensão no poder. Sem público o ballet migrou para a Russia.

Importado dos franceses o ballet na Russia teve grande aceitação. Mas se formos olhar a forma como foram criados os primeiros bailarinos, percebe-se que o ballet foi uma ótima forma de condicionar o pensamento dos indivíduos. Isso é observado também em outras sociedade de regime político comunista como a China, onde o Imperador Mao recrutava crianças nas zonas rurais e mais pobres para fazerem parte da escola de ballet do governo; e Cuba. A maior parte dos alunos era de classe social baixa, os alunos se mudavam para a escola, estudando em tempo integral e sob os olhares de pessoas que iriam formar esses indivíduos de acordo com seus interesses. Para os indivíduos de classe social mais alta (a minoria da sociedade), não era interessante ter seus filhos criados integralmente pelo Estado.

O ensino do ballet se mostrou um grande aliado do Estado para moldar a opinião pública na forma que condizia com suas aspirações. Antes as idéias do homem eram manipuladas somente através da religião, agora ela também é manipulada através da arte e no caso dos estudantes de ballet, do seu próprio corpo.

A verdade é que os extremos parecem não ser o ideal. O equilíbrio não está em ter uma perspectiva essencialista ou naturalista, o homem não é só espírito ou só corpo, o homem vive uma dialética eterna entre seu corpo e seu espírito e os dois devem ser levados em conta principalmente no que diz respeito à educação.

O ensino do ballet atualmente tenta levar em conta essa dialética, porém a sua técnica foi elaborada em cima de uma concepção naturalista sendo assim muito complicado reinventar a forma de ensinar. Muitas alternativas têm sido pensadas, os ballets moderno e contemporâneo surgiram para se contraporem a essa estética formal do ballet clássico, mas alternativas têm sido pensadas para ensinar o ballet clássico sem o descaracterizar, o primeiro pensador a sistematizar em suas cartas como deveria ser o novo bailarino e o novo ballet foi Noverre (1727 – 1810), bailarino e coreógrafo francês que pensa um ballet mais expressivo, que veicule significados e emocione.
Noverre


O belo, segundo Noverre, exige razão (afinal ele também faz parte da época onde a perspectiva naturalista impera), mas a razão para ele era refutar a brutalidade da força física e uma expressão através de dificuldades puramente técnicas por sensibilidade do espírito, pela graça dos port de brás, lembrando que simplicidade não é mediocridade. Cada bailarino deve encontrar sua maneira de exteriorizar o que interiorizou durante sua vida, e não serem apenas reprodutores de maneirismos e acabarem por serem cópias de seus professores. 

sábado, 18 de junho de 2011

A necessidade de uma educação estética


Qual seria a necessidade de uma educação estética????

Primeiro precisamos entender o que é estética e o que é educação.

Comecemos pela estética, resumidamente:

Muitos classificam a estética como o ramo da filosofia que estuda a obra de arte. Porém, não temos experiências estéticas apenas com objetos denominados “obra de arte”, pode-se ter experiências estéticas em diversas ocasiões que não exatamente com uma obra de arte.

O que é uma experiência estética?

“[...] a experiência estética solicita uma mudança na maneira pragmática de se perceber o mundo. Esta experiência (e também o trabalho científico ou filosófico) constitui-se, segundo o termo empregado por alguns autores, um “enclave” dentro da realidade cotidiana. A experiência do belo é uma espécie de parêntese aberto na linearidade do dia-a-dia.” (Duarte Jr.,1991, p.33).

Ou seja, a experiência estética nos desperta de um estado de dormência, nos causa espanto tanto quanto os outros tipos de conhecimento como o filosófico ou científico.

A experiência prática e utilitarista de ver o mundo no dia-a-dia pode ser colocado como o oposto da experiência estética. A experiência estética deve nos provocar sensações e afetos (sentimentos) o mundo a nossa volta percebido pelos sentidos deve provocar diversas sensações e afetos.

O belo nos desperta para o feio (quando percebemos o harmonioso nos despertamos para o desarmonioso).

Agora um pouco sobre educação:

O que é educação?

É uma ação dirigida. Um conjunto ou sistema de atos, mediante os quais se procura elevar o homem de sua natureza real a sua natureza ideal.

Os fins e os ideais dessa educação são o objeto de estudo da filosofia da educação. E para se saber quais os fins e os ideais é preciso saber que tipo de homem se quer formar e qual a concepção de homem que a sociedade a qual o educando pertence tem.

Sobre a educação estética propriamente dita:

Vivemos numa sociedade que visa o tipo de educação lógica, o pragmatismo e o tecnicismo. A palavra sentimento não é muito bem vista, para muitos significa fragilidade. Pretende-se que usemos apenas a nossa “intelectualidade” e não percamos tempo com sentimentalismos.

Porém acredito que uma atitude racional seria o equilíbrio entre razão e emoção.

Percebo que a escola e seus sistemas de ensino tem se rendido a reproduzir as relações sociais, sem despertar em seus alunos a humanização, muito pelo contrário, ao negar o sentimento tem provocado uma acelerada desumanização.  

A partir de uma educação estética somos despertados para o belo e consequentemente para o feio, ela nos tira do estado de ignorância (de cegueira dirigida), a partir de uma educação estética temos a oportunidade de sentir o mundo com os nossos próprios sentidos e tirar nossas próprias conclusões.

Sendo assim, uma educação estética pode não ser interessante de alguns pontos de vista políticos. Pois ela promove a liberdade de pensamento dos indivíduos.

Essa questão poderá ser abordada num próximo post!

Por ora é só...

Espero as opiniões de vocês para que possamos nos aprofundar na questão!!!


quarta-feira, 16 de março de 2011

Vamos falar sobre um assunto que sempre da ibope!!!!!!!!

O amor...

Que palavra é essa???

Segundo o dicionário Michaellis:

a.mor
sm (lat amore) 1 Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso. 2 Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário. 3 Afeição, grande amizade, ligação espiritual. 4 Objeto dessa afeição. 5 Benevolência, carinho, simpatia. 6 Tendência ou instinto que aproxima os animais para a reprodução. 7 Desejo sexual. 8 Ambição, cobiça: Amor do ganho. 9 Culto, veneração: Amor à legalidade, ao trabalho. 10 Caridade. 11 Coisa ou pessoa bonita, preciosa, bem apresentada. 12 Filos Tendência da alma para se apegar aos objetos. Antôn: aversão, ódio. sm pl 1 Namoro. 2 O objeto amado. 3 O tempo em que se ama. 4 Relações ilícitas, comércio amoroso. 5 Mit Divindades subordinadas a Vênus e Cupido. 6 Bot O mesmo que carrapicho, acepção 11. 7 V carrapicho-grande. A.-agarradinho, Bot: trepadeira da família das Poligonáceas (Antígonon leptopus), originária do México, muito cultivada nos jardins brasileiros com fins ornamentais. A.-crescido, Bot: o mesmo que cavalheiro-das-onze-horas. A. lésbico: o mesmo que safismo. A. livre: relações sexuais ou coabitação sem casamento legal. A. platônico: relação estreita entre duas pessoas de sexo oposto, sem realização de atos sexuais. A.-seco, Bot: o mesmo que carrapicho-de-beiço-de-boi. Pelo amor de Deus: usa-se quando se pede com encarecimento. Por amor à arte: gratuitamente, sem nenhum interesse. Seja tudo pelo amor de Deus: exclamação com que se manifesta conformidade ou 
tolerância com o impróprio ou com o desagradável. Ser do amor, gír: só quer saber de prazeres sensuais.

Ok, mas será que basta as definições dos dicionários???

Como diz um professor meu, tem coisas que as palavras não explicam, coisas que se formos tentar dizer vamos empobrecer o seu significado, tem coisas que devem ser apenas sentidas...

Mas temos a mania de querer definir e criar conceitos, teorias sobre o que nos cerca.

Vamos ver o que os grandes filósofos da antiguidade pensavam sobre isso...

Afirmando que o amor é a principal motivação da filosofia (O Banquete), Platão descobre o lugar central deste conceito. Mas convém distinguir cuidadosamente o amor egoísta e possessivo que persegue o outro como um objeto a devorar ("o amante ama o amado como o lobo ama o cordeiro", escreve Platão) e o amor autêntico que liberta do sofrimento e do desejo e conduz a alma ao banquete divino. Pois o amor verdadeiro – rapidamente saciado pelos alimentos sensíveis – só pode ser satisfeito pela contemplação, para além do belo, do verdadeiro e do bem.

O amor não é apenas uma emoção: pode também ser um tipo de relação. Aristóteles, na Ética a Nicómaco, insistiu que o amor (da amizade) implica sempre conhecimento mútuo e benevolência recíproca. Embora qualquer descrição do amor necessite de abrir caminho para amores que não são correspondidos, ou que são dirigidos para objetos que não podem retribuir (como alguns animais) ou que não podem fazê-lo tão claramente (como Deus), a insistência de Aristóteles na interação e na reciprocidade fornece um ingrediente importante para uma descrição normativa de muitos tipos de amor humano, quer da amizade quer romântico-erótico. Com efeito, a recusa em conceber o amor em termos relacionais é uma deficiência central em muitos casos de amor erótico, nos quais o objeto amado é, de fato, tratado como um objeto a ser possuído e imobilizado. Embora Proust pensasse que tais desígnios eram essenciais ao amor erótico, pode-se duvidar disto.

Ainda não tenho uma opinião formada sobre este tema...
Existem muitos tipos de amores???
Ou amor é um só? E esses outros sentimentos que denominamos amor não o é?

Bom, por hoje é só!

Continuaremos a discutir sobre o amor, mas agora peço a colaboração de vocês para enriquecer a discussão!
Até mais.

·         Textos de apoio: http://ocanto.esenviseu.net/lexicon/amor.htm

 Figura: Apolo e Dafne
“Apolo era o mais belo dos deuses,  senhor das artes, música e medicina. Sabendo de seus enormes predicados, Apolo se vangloriou dizendo  para Cupido, o pequeno deus do amor, que suas flechas eram mais poderosas do que aquelas do pequeno deus. Cupido disse-lhe que as flechas de Apolo eram poderosas, pois podiam ferir a todos, porém as dele eram mais, pois podiam ferir até mesmo o próprio deus 

Apolo, esse não acreditou e riu de Cupido.

Cupido então lançou uma flecha com ouro na ponta, no coração de Apolo, gerando a paixão dele pela moça Dafne, uma bela ninfa, filha do rio-deus Peneu. Em Dafne, Cupido lançou uma flecha com chumbo na ponta, gerando a repulsão por Apolo.

O deus apaixonado perseguia sua amada e essa fugia dele o quanto podia, até que ela pediu a seu pai para que lhe ajudasse e mudasse sua forma. Peneu atendeu ao pedido de Dafne e a transformou em uma planta – o loureiro. Apolo chorou por ter perdido sua paixão e disse que a levaria para sempre consigo, por isso, desde então, o loureiro acompanhou o deus Apolo tornando seu símbolo por todo o sempre.” (http://www.brasilescola.com/mitologia/apolo-dafne.htm)




sábado, 8 de janeiro de 2011

Ano Novo


Pensamentos novos???

No início do ano são tantos os pensamentos que passam por nossas cabeças... Um ano todo que se passou e a nossa imaginação se põe a funcionar para o que está por vir...

Algumas frases para nos ajudar a refletir nesse momento:

"Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." (Carlos Drummond de Andrade)

"Um otimista fica acordado até meia-noite para ver a entrada do ano novo. Um pessimista fica acordado para ter a certeza de que o ano velho se foi." (Bill Vaughn)

“Tudo na vida tem começo,meio e fim,é um princípio básico,lógico e irreversível,resta saber se você vai ficar sempre no começo,não vai aproveitar o meio e vai chegar ao fim sem tirar nenhuma experiência que leve contigo pra eternidade.” Tsunane

Como sempre aguardo a colaboração de vocês para continuar esta reflexão!

E não poderia deixar de desejar um maravilhoso 2011 para todos nós!


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A relação entre as mulheres e a filosofia II

Continuando


Estive pensando...

Darcey Bussell -  primeira bailarina do Royal Ballet e suas duas filhas

Os registros que temos na literatura sobre a vida da mulher na sua grande maioria foi escrito por homens e estes podem ter colocado apenas suas interpretações e até mesmo seus desejos sendo assim temos a imagem da imagem que os homens tinham das mulheres. Não podemos tirar conclusões apenas com a visão masculina da vida das mulheres durante a história. 

Porém o que temos para trabalhar são textos feitos a partir do ponto de vista do homem.

A mulher na Idade Média:

A mulher era vista como submissa pois era temida. Considerava-se que a mulher era o pecado, a carne fraca.
O casamento não tinha nunca o objetivo de unir pessoas que se amam, ou o objetivo de dar prazer a alguma das partes, e sim o objetivo da procriação. 

A mulher quando se casava simplesmente trocava de homem ao qual tinha que se submeter (de pai para agora marido). 

A prostituição era considerada um “mal necessário”, pois curava vontades de jovens e clérigos, mas ainda assim as prostitutas eram marginalizadas da sociedade. 

As doutrinas diferentes à religião católica pregavam que a mulher poderia ter os mesmos direitos que os homens, por isso eram calorosamente perseguidas pela Igreja. 

À mulher cabia as responsabilidades domésticas, exceto no caso de camponeses e classes mais baixas, que deveriam acompanhar seu marido no trabalho feudal.

Idade Moderna:

A Idade Moderna foi um período bastante crítico para todas as mulheres ocidentais em geral, independente de classe social elas foram reprimidas em sua sexualidade, sua liberdade de expressão, sua cultura secular e seu saber acumulado por essa mesma cultura. Num sistema político e econômico patriarcal, em que o homem possui a função central e a mulher relegada ás tarefas caseiras e familiares. Para Foucault, é durante a criação do projeto de modernidade que a mulher assume o papel de mantenedora dos costumes e vigilante do processo de retidão dos filhos sendo, portanto, a peça chave na instauração do sistema panóptico de sociedade.

Em meio a movimentos liberais que ocorrem por toda a Europa durante a idade moderna a mulher emancipa-se, desvincula-se das funções caseiras e toma espaços no mercado, na divisão social do trabalho que antes eram exclusivamente masculinos, sobretudo funções de liderança. Se algum tempo atrás apenas mulheres pobres trabalhavam fora (geralmente em tarefas domésticas), o capitalismo e o processo civilizatório trouxeram a todas mulheres a necessidade do trabalho, da auto-suficiência econômica.

É também nessa época que a preocupação com o corpo, com a etiqueta doméstica, com os costumes cotidianos se tornam símbolos de diferenciação social, o que empurra as mulheres para a condição de meros reflexos do ideal masculino de beleza, não importando o quão sacrificante seja atingi-lo.

Bom daí pra frente vocês já sabem como ficou a história né?

As mulheres continuaram lutando pela igualdade, e somando atividades para tentar mostrar ao mundo que são fortes, inteligentes e capazes. 

Ninguém duvida disso, mas a realidade é que esta igualdade é uma utopia. 

A mulher conquistou o direito de trabalhar fora, mas a casa continua sendo sua responsabilidade. Quando se tem alguém para repassar a responsabilidade dos deveres domésticos, quando se é mãe tem a responsabilidade da maternidade.

Uma grande empresária que deixa em segundo plano a família é duramente repreendida pela sociedade - o filme “O Diabo Veste Prada” lustra bem esse fato. No filme tem uma fala da atriz principal que deixa bem claro isso que estou tentando explicar: 

- Se Miranda fosse homem ninguém escreveria nada sobre ela.

A fala refere-se ao terceiro divórcio da empresaria e ao fato das filhas delas sempre terem um novo “pai”. Se ela fosse um homem isso não teria tanta importância.

Bom pelo menos atualmente a mulher pode decidir ser ou não mãe! 

Mas é neste fato que ainda se encontra o grande abismo entre a mulher e o homem... A mãe aconchega desde o primeiro momento, alimenta e quanto a isso não tem o que discutir. O homem participa de fora da situação, não que sua participação não seja importante, mas a participação da mãe é imprescindível!!! É uma responsabilidade que não tem como ser dividida. 

E ai como fica o nosso plano de igualdade? 

Acredito que não deva realmente ter igualdade. Não estou defendendo as desigualdades, mas as mulheres não podem esquecer que são seres diferentes dos homens, mais sensíveis, com inteligência emocional muitas vezes superior a de muitos homens, e outras capacidades desenvolvidas através das necessidades impostas por uma sociedade machista. 

Falando como mulher agora:

Somos muito superiores em muitos aspectos, porém temos que reconhecer que em outros fica difícil competir (como em força física, por exemplo). Conciliar carreira, amor, filhos não é tarefa fácil, não...  Os homens que me desculpem, mas vocês não entenderiam isso nem com mil séculos de estudo!


Para quem quiser continuar a ler sobre o assunto esse texto é muito bom:

Continua...


sábado, 18 de dezembro de 2010

A relação entre as mulheres e a filosofia

Onde estão as mulheres na filosofia?

Tenho pouquíssimo tempo como acadêmica na área de filosofia, mas gosto e leio sobre o assunto há muito tempo e constato que existem muitos filósofos “homens”, onde estavam as mulheres???

Esta é uma questão muito mais de um ponto de vista histórico que filosófico. Para entendermos onde esteve o pensamento das mulheres, precisamos entender por onde elas andaram enquanto os homens “pensavam”. 

Ah!!! Antes que perguntem por que resolvi falar sobre este tema a resposta é:
De 14 comentários ao todo que tenho no meu blog, 13 são de homens e apenas 1 de uma mulher!

Um pouco de história, bem resumida, só para nos situarmos para a discussão:

Na Antiguidade

Na Grécia Antiga as mulheres não eram consideradas cidadãs, pois não eram considerados indivíduos que possuíssem estatuto político. O modo de vida das mulheres variava muito  em função do meio social em que estavam inseridas.

As mulheres de famílias mais abastadas habitavam no gineceu, onde eram acompanhadas pelas escravas, cujo o trabalho vigiavam. Estas só saiam de casa para assistir às grandes festas religiosas.

Já as mulheres que pertenciam a uma classe social mais baixa poderiam se sentir privilegiadas, já que gozavam de alguma liberdade, na medida em que as famílias mais pobres não podiam suportar o regime de honra. Assim sendo, as mulheres tinham que trabalhar, muitas tinham profissões como: enfermeiras, parteiras, lavadeiras, tecelãs e pequenas comerciantes…

O casamento era uma forma de aliança entre as famílias, com o objectivo de preservar as mesmas, em que a mulher era considerada um bem de troca. 

O casamento fazia com que a mulher passasse da tutela do pai para a do marido.

As mulheres Gregas deveriam cuidar do lar, bem como da educação dos filhos, devendo fidelidade ao seu marido.